Nota:
Gênero: Drama • Romance • Histórico/de ÉpocaAno de Lançamento: 2024Episódios: 40Sinopse: Xiao Wu Xia, vivendo disfarçado como Wei Zhao no Reino Liang, carrega a vergonha de ser chamado de traidor e busca revelar a verdade sobre a queda de sua família no reino de Yueluo e capturar um sobrevivente ligado ao caso da morte do príncipe Qi. Seus planos mudam com a chegada de Jiang Ci, que é levada ferida para a casa do Marquês Pei Yan. À medida que passam mais tempo juntos, Wei Zhao e Jiang Ci desenvolvem sentimentos um pelo outro. No final, Wei Zhao, Jiang Ci e Pei Yan deixam suas diferenças de lado e se unem para proteger Yueluo e lutar por justiça. (Fonte: WeTV/Mydramalist)Impressões dos Episódios:
Love of Nirvana é um cdrama de 2024, produzido pela WeTV e estrelado por Ren Jialun, Li Landi e Jeremy Tsui. O cdrama prometia um enredo com uma densa intriga política, traições, vingança e um conflituoso romance em um cenário dramático, onde a ambição, o senso de justiça e o dever se chocariam com o desejo de amar e proteger.
Apesar do bom elenco e da premissa, a história foi de altos e baixos para mim, com algumas derrapadas que me deixaram frustrada e indignada com as escolhas de roteiro que acabaram estragando uma história que tinha uma premissa boa e que começou espetacular.
Eu achava que ele estaria entre os melhores cdramas do ano para mim e tinha grandes chances de entrar nos meus favoritos, mas passou bem longe disso, sendo apenas um cdrama legal, bem mediano.
PRODUÇÃO BONITA, MAS COM HISTÓRIA MORNA
Imagem/Reprodução: WeTV |
Sobre o aspecto técnico, não tenho do que reclamar. Tudo está muito bonito e bem feito, apesar de, em grande parte, parecer meio genérico. Os penteados, o figurino e a direção de arte estão lindos, principalmente no arco de Yueluo que fica impecável. Deu para ver o cuidado que tiveram com a estética da etnia do povo de Yueluo e que para mim é a marca visual do cdrama.
Apesar disso, a história não engata, mesmo com os bons personagens. Faltou coragem de tomar certos caminhos e mais firmeza na narrativa. O romance é inexistente, e o final é frustrante. Minhas expectativas estavam altas, e, infelizmente, a narrativa se perdeu no caminho. Pode ser um bom drama para quem é novata, mas, para quem é veterana, acho que vai se frustrar.
Eles deveriam tirar a tag "romance" da bio do cdrama, porque Love of Nirvana pode ter de tudo, menos romance. Isso só comprova para mim a teoria da conspiração envolvendo Ren Jialun. Nenhum dos núcleos românticos teve beijo e nem química. Apenas um conseguiu passar um leve clima de romance: o da guerreira com o novo lorde de Yueluo, e eles mal tiveram cenas.
O ponto alto da história, para mim, era quando focava no triângulo amoroso entre Jiang Ci, o marquês Pei e Wei Zhao. Infelizmente, isso não é aproveitado, e Love of Nirvana fica indecisa entre ser um romance, uma intriga política ou um plot investigativo, e não entrega nem um, nem outro. Fica muito na superfície, atirando para todos os lados. E o enemies to lovers? É para rir, porque não entrega nem inimigos, nem amantes.
Quarenta episódios para essa história achei muito. Trinta e dois seria minha recomendação. O ritmo é lento, as coisas demoram para acontecer, o dinamismo frenético dos primeiros episódios desaparece, e no arco final eles correm com a história. Pareceu que esticaram uma trama curta demais e história tinha.
É muito difícil falar de uma história que constantemente promete que vai entregar algo e, no fim, não entrega e não vai a lugar nenhum. A narrativa de Love of Nirvana é uma linha reta com alguns picos pontuais, que sim, entregam bons momentos.
Alguns deles são: o cerco e todo o arco de Yueluo, a treta no casamento do marquês com Jiang Ci, o começo da obsessão do marquês Pei por Jiang Ci e quando ele sai a caça dela depois que ela foge dele, os quatro primeiros capítulos com a facada que Wei Zhao dá em Jiang Ci e a relação tensa de "inimigos" deles, os embates entre Wei Zhao e o marquês Pei (que, infelizmente, são poucos) e Madame Pei orquestrando as intrigas nos bastidores.
Mas no geral a história é como uma superfície de um calmo lago, permeada de um marasmo constante, com um pouco de investigação, uma leve intriga política, um romance muito tímido, quase nulo, belas paisagens e momentos empolgantes bem pontuais.
BONS PERSONAGENS, MAS MAL APROVEITADOS
Imagem/Reprodução: WeTV |
Os dois personagens masculinos principais, o marquês Pei e Wei Zhao, são péssimas pessoas (mas não são personagens mal concebidos, pelo contrário, eles são muito interessantes). Incrivelmente, o marquês consegue dar a virada e sair de ser um anti-herói, que caminhava para ser vilão, para se tornar um herói. O que critico, porque seria muito legal ele seguir como vilão, com uma possível redenção depois, mas o personagem foi podado antes disso.
Diferente dele, Wei Zhao praticamente não teve evolução durante a história, terminou como começou, com poucas mudanças. Sem carisma e sem química com a Jiang Ci, o que foi complicado. É um bom personagem, mas não foi bem desenvolvido. Em seu arco de redenção, ao sair de anti-herói para herói, ele acabou ficando apático, com cara de dor o tempo todo no cdrama.
Dava a entender que iam abordar o conflito interno dele entre suas duas identidades: o implacável e bajulador da corte Wei Zhao e o rebelde e justiceiro Wei Wuxia, e seus sentimentos pela Jiang Ci. Não teve isso, e por causa disso o personagem ficou estático, apático, não tendo um bom desenvolvimento. Uma pena.
Ren Jialun estava bem, apesar de ter um personagem complicado nas mãos, mas foi eclipsado pela Li Landi e Jeremy Tsui e pela falta de carisma do seu personagem Wei Zhao que, além do que já havia dito antes, seu desenvolvimento na narrativa foi mal escrito, o personagem parecia perdido na própria historia.
Quero parabenizar as atuações de Li Landi e Jeremy Tsui. Os dois carregaram esse drama nas costas e fizeram milagres com o que tinham. Eles estavam impecáveis, mesmo com o roteiro claramente tentando boicotá-los. Conseguiram trazer carisma e verdade aos personagens, mesmo nas situações mais estranhas (e olha que não foram poucas).
Jiang Ci é uma personagem linda. Carismática, boa, inteligente, inocente na medida certa e forte. Levarei essa personagem com carinho no meu coração. Ela foi a grande vítima das situações e só queria protegê-la. Apesar de me fazer passar raiva por sua falta de rancor em alguns momentos, ela é uma boa personagem e me fez me apaixonar pela atuação da Li Landi.
Marquês Pei é o meu preferido. Um personagem astuto, obstinado e gentil, apesar de tudo. Preso pelas correntes que sua mãe colocou nele durante toda a vida, lutando por uma causa que não era para o seu bem. Ver como ele vai surtando aos poucos, sufocado pelos limites impostos pela mãe e pela sua posição, especialmente quando se apaixona por Jiang Ci, foi ótimo de acompanhar.
Uma pena que não o fizeram seguir o caminho do vilão, ele teria sido incrível. Fico mais triste ainda de saber que não terei mais Jeremy na minha tela por conta de sua aposentadoria da indústria. Ele realmente é um ator muito bom e entregou um bom personagem.
E falando sobre os vilões, que decepção. Madame Pei e o imperador de Liang, que prometiam ser grandes antagonistas, foram fracos.
Madame Pei foi destruída pelo roteiro no final do cdrama com o seu plano, que fazia parte do fio condutor da história e que prometia ser grandioso, no fim, se revelando mal feito estragando assim não apenas a história da personagem, como a história do cdrama. A Wen Zheng Rong conseguiu fazer milagre com o que dava e mesmo sendo um final péssimo, ela entregou uma boa atuação durante o cdrama.
Já o personagem do imperador foi mal escrito, mal dirigido e mal atuado, com uma interpretação sem carisma e nem peso. Ele era para ser um personagem dúbio, era para nos fazer ficar questionando se ele é injustiçado ou filho da mãe durante a história toda, mas no fim, ficou apático, sem ação.
Ele só fez e foi algo relevante de fato apenas nos dois últimos capítulos, e mesmo assim de forma fraca. O que ajudou a me deixar mais frustrada, pois ele tirou muito do peso da trama e no desenvolvimentos dos personagens relacionados com ele, deixando bem claro o problema do roteiro.
UM CDRAMA QUE PODERIA SER FANTÁSTICO E É APENAS OK
Imagem/Reprodução: WeTV |
Love of Nirvana, pelo nome e pelos trailers, parecia entregar uma história épica de amor, conflito familiar, busca por vingança e poder, com uma boa dose de enemies to lovers e intriga de corte. Mas, no final, foi apenas um meio-termo de tudo isso.
O aspecto técnico é bonito, as atuações são boas (considerando as limitações do roteiro) e a trilha sonora é ótima. Não é um drama ruim, mas também não é nada excepcional. Para quem for ver, vá com baixas expectativas e, de preferência, não veja os trailers, porque o marketing fez um ótimo trabalho em vendê-lo como algo a mais do que é.
Para quem gosta de cdramas de época/histórico com um ritmo mais tranquilo, tom leve (apesar de ter alguns momentos pontuais com violência e mortes), com pegada investigativa sem ser muito complicado, com intriga da corte não sendo pesada e nem muito presente, com romance muito tímido numa pegada platônica, acredito que deva gostar.
Concluo dizendo que Love of Nirvana foi uma grande decepção para mim, terminei frustrada e arrasada (não da maneira que eu queria e imaginava) porque eu realmente queria ter amado esse cdrama. E olha que eu tentei. Mas não teve jeito. Mas ele não é um cdrama ruim, novamente, ele é um cdrama ok, legal, que se beneficia muito em ser assistido em maratona.
Esse cdrama foi um tapa na minha cara, me dizendo para eu segurar minhas expectativas e não acreditar 100% a ferro e fogo no que sai nos trailers e materiais promocionais. Mas para quem for ver as cegas ou está com as expectativas controladas, acredito que terão uma boa experiencia.